Acho que posso dizer que o Simbolismo é a minha escola literária favorita. Talvez seja até possível ver traços de certa influencia em algumas coisas que escrevo. Desde os tempos de colégio, foram os seus poemas carregados de misticismo, obscuridade e sinestesia os que mais me marcaram e mais se fixaram na minha memória através dos tempos. E eles continuam presentes. Trago alguns:
Universalidade (Roberto de Mesquita)
Pensais que os ermos jazem em repouso
E são uns cemitérios desolados,
E que as cousas, assim como os finados,
Permanecem num sono tenebroso?
Não! As florestas de cerrada frança,
Quando as cruza o tropel louco dos ventos,
Soltam um mesto coro de lamentos
Em que se afligem almas sem esp'rança...
No Outono, quando o campo está doente,
À vibração suave das trindades,
Passa à tona das cousas, vagamente,
Um tribo de anônimas saudades...
Quando as vozes da vida desfalecem
E a paz é triste e vasta como o mar,
Cheia de graça, a Lua vem falar
Aos corações eleitos que a conhecem